A infraestrutura e o ambiente de trabalho figuram como questões importantes na entrega dos produtos e serviços de qualquer empresa, independente do seu porte, uma vez que afetam diretamente a rotina das pessoas que fazem essa entrega e principalmente, das pessoas que recebem esta entrega, ou seja, seu CLIENTE. Isso pode ser um ponto muito forte ou muito fraco de sua empresa. Neste momento, torna-se necessário entendermos os recursos, a infraestrutura e o ambiente de trabalho da sua empresa para que possamos torná-los pontos positivos e não negativos.
Assim, surge o tema: Manutenção: Custo ou Investimento???
Para a grande maioria dos gestores e empreendedores, o tema Manutenção é encarado como um custo, pois afeta diretamente o custo do seu produto ou do seu serviço. Em muitas circunstâncias, torna-se difícil identificar e medir o valor de uma “NÃO QUEBRA DE UMA MÁQUINA OU EQUIPAMENTO” pois, o primeiro impacto na sua linha de produção é a não fabricação do produto, ou seja, redução do volume de produção para uma atividade de manutenção que não pode, em sua maioria das vezes, ser considerado efetiva ou não.
Olhar a Manutenção como investimento, ainda é um paradigma, pois, na maioria das vezes, ainda não é possível garantir que uma máquina possa a vir quebrar mesmo com as manutenções preventivas e preditivas realizadas dentro da sua programação.
Quanto ao ambiente de trabalho, esse conceito tem mudado drasticamente nos últimos anos. Essa mudança não é à toa, ela vem junto com a mudança do comportamento do ser humano nas relações de trabalho.
Nos anos 70 e 80 o conceito de empregabilidade era sustentado por relações de trabalho duradouras, muitas vezes acima dos 20 ou 30 anos – quanto mais tempo de trabalho numa única empresa, melhor e maior sua empregabilidade. Essa relação mantinha certo equilíbrio entre empregado e empregador. O empregado buscava ter estabilidade, mesmo que isso significasse certa estagnação profissional ao longo da sua carreira, portanto, as empresas costumavam manter seu quadro de funcionários e por sua vez os funcionários não trocavam de emprego.
Essa relação foi harmoniosa até o final dos anos 80 e o ambiente de trabalho não era algo considerável nesse contexto, a estabilidade de emprego valia mais do que ter um ambiente confortável ou produtivo.
No início dos anos 90, com a abertura da economia o mercado brasileiro passou a ser fortemente atacado pelos concorrentes internacionais e muitas empresas quebraram ou tiveram que se readequar rapidamente a essa dura e permanente realidade – a globalização batia a porta das empresas brasileiras. O mundo não tinha mais fronteiras comerciais!
Obviamente o profissional brasileiro não estava preparado para isso! A geração de profissionais das décadas de 70 e 80 não sentia a necessidade de se aperfeiçoar, afinal de contas, não havia concorrência. A oferta de vagas supria razoavelmente a entrada de novos trabalhadores no mercado de trabalho, mas agora o trabalhador brasileiro passou a ser ameaçado pelo trabalhador americano, europeu e principalmente, pelos asiáticos.
Tínhamos uma realidade onde o parque fabril brasileiro não sofria modernização desde a vinda das multinacionais na década de 60, os profissionais buscavam o mínimo de profissionalização necessária para se manterem empregados e o ambiente de trabalho acompanhava essa inércia. Os espaços de trabalho eram muito formais, iguais e entediantes. Não havia necessidade de inovação, conforto, tecnologia e principalmente ou respeito aos valores humanos. Um exemplo disso é que era permitido (e normal) fumantes dentro do escritório!!
Mas a sociedade começou a mudar no mundo todo e aqui no Brasil não foi diferente. A primeira coisa é que os profissionais começaram a perceber que a qualificação passou a ser constante e necessária. Não bastava apenas ter uma especialização, mas ser multifuncional, flexível, ser atual, etc. A relação entre empregado e empregador tornou-se mais frágil e o conceito de empregabilidade mudou – estabilidade não era mais sinônimo de competência, pelo contrário, quanto mais experiências diferentes, mais qualificado é o profissional num ambiente que exige multifuncionalidade.
Passados muitos anos, atualmente temos um ambiente de trabalho totalmente modificado. A começar pelo respeito aos valores humanos! Cada vez mais os profissionais têm escolhido trabalhar em empresas que possuem os mesmos valores que eles têm, preservando a essência humana na sua plenitude. O respeito ao próximo, o respeito ao meio ambiente, o respeito a sociedade e ao diálogo passaram a ser fundamentais nesse ambiente competitivo e cada vez mais corrido.
E o que é o ambiente de trabalho hoje?
É o local que proporciona isso e muito mais! O local de trabalho tem que contribuir para tudo isso. Os móveis são ergonomicamente melhores, a temperatura é melhor, os materiais são recicláveis, a alimentação é mais saudável, a tecnologia é uma facilitadora, literalmente as paredes caíram e os locais são mais amplos e acessíveis, as vestimentas são mais informais, a qualidade é melhor que a quantidade, o diálogo é fundamental e a flexibilidade é essencial na relação de trabalho.
Isabel Sobral, sócia diretora da Future Brand São Paulo comenta que no projeto desenvolvido para a nova sede da empresa Nestlé, em São Paulo, eles tiveram que “reinventar os recursos do local de trabalho para permitir formas mais eficazes de se trabalhar, incentivar a criatividade e a inovação. ” A Futura Brand São Paulo buscou trazer uma experiência imersiva aos funcionários apoiando-se nos valores dos produtos e da própria empresa, segundo a Isabel.
O ambiente de trabalho não é mais o local de trabalho, é um local de convivência. Ele tem que ser um espaço onde as pessoas se sintam bem, fazendo o bem, agregando valor para si e para a sociedade e gerando algo de bom para as próximas gerações.
Podemos dizer que investir no local de trabalho hoje é uma das ferramentas de atração e retenção de talentos das empresas! Quem não investir nisso, certamente terá dificuldades de contratar e manter boas pessoas no seu quadro de funcionários.
Baseado nesta visão, o processo de Manutenção passa a ser fundamental e vital para todas as empresas, independente do seu porte!
Autores:
Igor Davelli – Consultor em Facilities – Whatsapp +55 11 9 5552 9823 – Email: igor.davelli@gmail.com – https://www.linkedin.com/in/igor-davelli-a0510353/
Alexandre Simões Jorge – Consultor em Gestão – Whatsapp +55 11 9 7207 8715 – Email: asjorge@gmail.com – https://www.linkedin.com/in/alexandre-jorge-5490ab23/